Para não esquecer

Nos três anos da tragédia na Kiss, familiares homenagearam as vítimas do incêndio

Mariana Fontana

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Um grupo de familiares e amigos não deixou a madrugada de 27 de janeiro ser esquecida em Santa Maria. Há três anos, o incêndio na boate Kiss tirou a vida de 242 pessoas, principalmente jovens, e feriu outras 600, espalhando dor, revolta e deixando uma cicatriz difícil de ser curada.

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As homenagens começaram no início da noite de terça-feira, quando os parentes das vítimas se reuniram em frente à tenda da vigília, na Praça Saldanha Marinho. Mas, ao contrário dos anos anteriores, as expressões de dor cederam lugar, mesmo que em parte, à revolta e à indignação pela morosidade da Justiça em punir os responsáveis pela tragédia.

Caminhada e gritos por justiça

As atividades da noite de terça para quarta-feira ocorreram em dois pontos: na tenda da Praça Saldanha Marinho e em frente à boate, na Rua dos Andradas. Na praça, um grupo de familiares e amigos, de cerca de 60 pessoas, reuniu-se a partir das 20h. Foram distribuídas camisetas aos familiares. Na imagem estampada, um pai carrega uma cruz enquanto é açoitado por duas pessoas, uma que representando o prefeito Cezar Schirmer e outra, o Ministério Público.

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– Confeccionamos cerca de 600 camisetas a pedidos das mães, como forma de protesto. Nossa cruz ficou ainda mais pesada em 2015, e foi isso que quisemos mostrar – disse Flávio Silva, presidente do Movimento Santa Maria do Luto à Luta.

Os familiares permaneceram no local até as 22h50min. Nesse horário, eles partiram em caminhada pela Avenida Rio Branco, até a boate. No trajeto, que durou cerca de oito minutos, gritos por justiça eram entoados pelo grupo, que carregava também faixas com o mesmo pedido. Em frente ao prédio da SUCV, os familiares gritaram a frase “E se fosse um filho teu?”.

Já em frente à Kiss, o grupo foi recepcionado pelo barulho de sirenes. No local, equipes do Acolhe Saúde, da Cruz Vermelha de Santa Maria e da Organização Internacional de Emergências Terrestres, Aéreas e Marítimas do Brasil (Oidetam) estiveram prestando auxílio aos familiares e amigos, que permaneceram em vigília durante toda a madrugada.

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